O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) tem passado por uma forte alta em 2020, bem acima da inflação oficial. Como o IGP-M acumulado dos últimos 12 meses é usado pela esmagadora maioria do mercado imobiliário como referência pro reajuste dos aluguéis, sua alta tem representado um impacto nos preços. Mas, segundo Jonas Marchetti, Diretor de Crédito QuintoAndar, o atual cenário não necessariamente precisa representar um peso no bolso dos inquilinos. Assim como não deve ser um desfalque nas contas dos proprietários que alugam seus imóveis. De acordo com a plataforma imobiliária digital, desde o início da crise causada pela pandemia de Covid-19, mais de seis mil contratos de locação foram renovados sem que o IGP-M precisasse ser usado. Pra isso, é preciso boa vontade e negociação entre ambas as partes.
Após registrar alta de 2,74% em agosto, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas, o índice já acumulou 9,64% apenas este ano e subiu 13,02% no acumulado dos últimos 12 meses.
Veja abaixo a evolução do IGP-M acumulado nos últimos 12 meses:
Negociação entre inquilino e proprietário
Em muitos casos, o valor de um aluguel pode compor parte ou até mesmo a totalidade da renda do dono de um imóvel. Por esse motivo, nem sempre um proprietário pode abrir mão do aumento. “E em casos como esse, o ideal é tentar chegar a um meio termo que seja viável pra ambos”, segundo Jonas Marchetti.
“Todos os nossos contratos usam o IGP-M acumulado dos últimos doze meses como referência. Ainda assim, por conta da pandemia, criamos uma força tarefa pra auxiliar inquilinos a negociar com proprietários tanto o valor do aluguel em si como a própria aplicação do IGP-M. Desde abril, mais de seis mil proprietários já aceitaram negociar mudanças na aplicação do IGP-M pra nossos inquilinos”, afirmou o Diretor de Crédito QuintoAndar.
É preciso ter transparência
Em entrevista ao portal Infomoney, Marchetti apontou a transparência como um ponto crucial na negociação entre inquilinos e proprietários.
“A melhor abordagem é ser transparente com o proprietário sobre os motivos por trás da negociação – seja uma redução na renda, um gasto inesperado, ou mesmo a pandemia. Isso ajuda a deixar claro que a intenção é manter o aluguel em dia e evitar qualquer problema. O efeito com os proprietários normalmente é muito positivo”, disse Marchetti.
Conforme destacou o Infomoney, a relação entre inquilinos e proprietários é regulada por um contrato de aluguel de imóvel. Que, por sua vez, segue a Lei do Inquilinato (Lei 8245/91). A partir do momento em que um inquilino assina esse compromisso, ele se compromete a aceitar os reajustes propostos.
“Caso não aceite o aumento, o inquilino tem o direito de rescindir o aluguel. Mas, dependendo do prazo, pode ser aplicada uma multa por encerramento antecipado. O mais indicado, portanto, é buscar uma renegociação diretamente com o proprietário. Pois só ele pode aceitar mudanças sobre o que foi previamente combinado. Seja na aplicação do reajuste ou mesmo da multa de rescisão”, afirmou, ao Infomoney, o Diretor de Crédito do QuintoAndar.
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Os contratos que fazem aniversário no mês seguinte terão reajuste de 4,26%.