O sonho da casa própria é algo muito desafiador na vida de qualquer pessoa ou família. Afinal de contas, trata-se de um momento em que a disciplina financeira deixa de ser um simples desejo e se torna uma obrigação. Antes mesmo de pensar em fazer qualquer proposta de compra de imóvel, a primeira coisa a fazer é verificar se você está no momento certo de vida pra fazer isso. 

De acordo com especialistas, no geral, ter uma casa compensa financeiramente se você tiver planos de morar, no mínimo, por seis anos nela. Caso o seu momento de vida demande um lugar pra viver por um período menor, alugar pode ser uma boa opção pra você. Inclusive, você pode fazer essa conta em nossa “Calculadora Alugue x Compre“.

Por isso, identificamos 5 situações que estão entre as mais propícias pra você realizar uma das maiores compras da sua vida.

1. Você tem um bom dinheiro guardado

Se você sempre teve um perfil poupador, daquele tipo de pessoa que desde o primeiro estágio, ainda jovem, consegue separar algum dinheiro todos os meses numa reserva, vale a pena avaliar a quantia que você juntou ao longo da vida e começar a pensar na compra de um imóvel. 

E o mesmo vale pra outras fontes que tenham gerado uma boa quantia guardada, como uma eventual herança, alguma indenização por processo judicial ou um dinheiro que você tenha recebido após sair de um emprego de anos.

Mas é importante que a quantia seja suficiente pra você dar uma boa entrada – pelo menos 30% do valor do imóvel. E se você puder fazer a proposta de compra de imóvel à vista, então, melhor ainda!

2. Possui um bom planejamento financeiro e hábitos mais regrados

Se você colocou na cabeça que vai realizar o sonho da casa própria, a última coisa que você quer é encontrar o imóvel dos seus sonhos e descobrir que não está financeiramente pronto pra comprá-lo. Por isso, antes mesmo de começar a olhar anúncios de imóveis, é importante que você mude hábitos, reveja seus gastos e comece a poupar.

Pra isso, além de precisar de um ponto de partida em termos financeiros, vai ajuda se você tiver um perfil organizado e com hábitos mais regrados, especialmente no que diz respeito aos gastos desnecessários.

E esses hábitos estão em inúmeras pequenas coisas do dia a dia. Veja abaixo apenas alguns exemplos: 

Bons hábitos financeiros

• Determinar o que é essencial pra você viver e evitar o abuso com supérfluos;

• Comparar sempre os preços em estabelecimentos diferentes, especialmente se precisar fazer uma compra de valor mais alto, como um eletrodoméstico, por exemplo;

• Antes de ir ao supermercado, fazer uma lista de compras apenas com os itens necessários;

• Lembrar-se que tão importante quanto fazer a lista é comprar apenas o que foi pré-determinado nela; 

• Em vez de sair pra almoçar fora, levar comida de casa pro trabalho;

• Se você usa muito o carro, colocar na ponta do lápis quanto gasta de combustível e cogitar a possibilidade de usar outras alternativas de transporte;

• Avaliar se você realmente precisa de um carro, que é sempre uma fonte de gastos como seguro, IPVA e manutenção;

• Rever os seus gastos com planos de telefonia e TV por assinatura. Sempre dá pra cortar alguma coisa nos seus pacotes.

• Reduzir o uso do cartão de crédito e procurar pagar tudo o que compra à vista.

3. Determinou quanto pode pagar

Vale lembrar que mesmo num financiamento, você precisa ter uma quantia de dinheiro razoável para dar um mínimo de entrada – a média do mercado gira em torno de 30% do valor do imóvel. Quanto maior o valor inicial, menores serão as prestações do financiamento.

Lembre-se que ter uma casa própria, especialmente se você não tiver condições de fazer a proposta de compra de imóvel à vista, significa um compromisso financeiro que pode levar uma ou mais décadas. Portanto, você não deve pensar em comprar um imóvel que você possa pagar hoje. E, pra isso, tente manter os seus gastos com o financiamento em, no máximo, 30% de sua renda mensal bruta. 

E além do valor total, ao fazer uma proposta de compra de imóvel, você deve estar preparado para arcar com outros custos do processo,  como impostos e taxas de cartório, um excedente que pode girar em torno de 4% a 8% do valor do bem.

4 – Tem um bom nome na praça pra buscar o financiamento

Caso não consiga pagar à vista, o financiamento será o caminho das pedras pra você comprar um imóvel. E com a taxa básica de juros (Selic) em seu nível histórico mais baixo, na casa dos 2% ao ano, o momento é favorável. Especialmente, também, porque os preços dos imóveis têm subido pouco nos últimos anos. Em muitos casos até abaixo da inflação.

Dentro desse cenário, hoje é possível conseguir um financiamento com juros abaixo de 7% ao ano em diversas instituições bancárias. Por isso, pesquise e faça simulações em diversos bancos.

As instituições financeiras estipulam a taxa de juros do financiamento de forma individual, levando em consideração diversos fatores, que vão da idade da pessoa – quanto mais velha, maior a chance de o empréstimo ficar mais caro – até a avaliação de risco que fazem de cada pessoa que está pedindo o crédito. 

É importante, por exemplo, que você tenha um bom score, que é a pontuação de crédito que a pessoa tem a partir do momento em que começa sua vida financeira. Ou seja, se você tem dívidas, busque quitá-las ou negociá-las pra que sua pontuação não seja penalizada. Evitar ter parcelas vencidas de qualquer coisa é uma outra forma de aumentar seu score, por exemplo. Qualquer pessoa consegue acessar sua situação, por meio do Serasa ou do Boa Vista SPC, que têm acesso grátis. Além disso, o site do Banco Central também é uma boa fonte de consulta.

Além disso, o “relacionamento com o banco” também é algo apontado pelo mercado como uma forma de se obter taxas mais vantajosas. E, por conta disso, as instituições financeiras procuram condicionar as taxas de financiamento a outros produtos ou serviços. 

Portanto, ao buscar o financiamento, é fundamental que você faça uma pesquisa minuciosa pra obter as melhores taxas. E saber seguir buscando os melhores valores mesmo após o início do financiamento, uma vez que toda pessoa tem o direito de fazer portabilidade do crédito pra instituições que oferecem melhores taxas.