A individualização de água costuma ser um tema polêmico entre os moradores de imóveis em condomínios.

Por um lado, o sistema permite uma distribuição mais justa das despesas relacionadas à conta de água, mas, em contrapartida, exige um investimento que pode ser alto por parte dos condôminos.

Além disso, desde 2021, os novos condomínios são obrigados por lei a ter individualização da leitura do consumo de água, ou seja, o debate só vale para empreendimentos erguidos antes disso.

De qualquer maneira, a individualização da água em condomínios, quando viável, traz benefícios não só em termos de economia, mas também de valorização do patrimônio e rentabilidade.

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O que é a individualização de água?

A individualização de água consiste na separação da medição do consumo por unidade do condomínio. A partir dessa prática, cada condômino paga exatamente o que consome, além do rateio dos gastos com as áreas comuns.

Caso contrário, quando há apenas o leitor do condomínio, toda a conta de água é rateada por unidade de maneira equitativa ou proporcional à área do imóvel, sem considerar os padrões de consumo de cada um.

Para garantir essa leitura individual, é preciso que cada unidade tenha o seu hidrômetro. Dessa forma, a empresa contratada consegue verificar a cobrança por condômino.

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O que diz a lei de individualização de água em condomínio?

Antes de 2021, a legislação não obrigava os condomínios a terem a medição individualizada de água em apartamentos. No entanto, foi em julho daquele ano que a Lei 13.312/2016 entrou em vigor.

A partir desse período, os edifícios já precisam ser construídos prevendo essa característica. Porém, os prédios já erguidos com medição coletiva podem manter esse modelo.

O novo Marco Legal do Saneamento Básico — Lei 14.026/2020 — também estabelece essa obrigação. Isso porque indica que as novas edificações condominiais precisam atender aos padrões de sustentabilidade ambiental.

Vale a pena observar que essas são as leis federais. No entanto, algumas estaduais já valiam antes disso. É o caso do Pernambuco, que já tinha essa obrigação desde 2004.

Quais são os benefícios da individualização de água em condomínio?

A individualização da água traz uma série de ganhos para os condôminos, especialmente do ponto de vista financeiro. Abaixo, separamos os principais:

1) Justiça na cobrança da conta de água

É mais do que óbvio que a área de um apartamento ou a divisão por igual não são as métricas mais justas para definir a conta de água de cada unidade.

Afinal, o padrão de consumo de cada um poder ser totalmente diferente, a depender, por exemplo, de:

  • Número de moradores;
  • Ocupação do imóvel ou não;
  • Boas práticas de economia;
  • Tempo de utilização da unidade (se trabalha de casa ou não, se viaja muito, etc).

Logo, cobrar proporcionalmente ao consumo torna-se mais justo. Afinal, cada um paga o que utilizou.

Além disso, exclui-se uma pauta que costuma causar atritos entre vizinhos, colaborando para uma convivência mais harmoniosa.

2) Estímulo à economia de água

O modelo de rateio total da conta de água desestimula totalmente a economia por parte dos moradores, já que um desperdício grande traz uma ‘punição’ pequena e um racionamento penoso traz um benefício mínimo.

Imagine, por exemplo, um prédio com 100 apartamentos em que todos consumam a mesma quantidade de água. A conta relativa às unidades individuais desse apartamento fica em R$ 10.000 mensais, ou seja, cerca de R$ 100 para cada um.

Caso uma única unidade decida dobrar seu consumo de água, por exemplo, no modelo de rateio ela não pagará o dobro da conta, ou seja, R$ 200.

Pelo contrário, os R$ 100 extras serão rateados entre todo o condomínio, ou seja, cada unidade pagará R$ 101. Logo, um acréscimo de 100% no consumo resultaria em apenas 1% a mais a ser pago individualmente pelo consumidor que exagerou.

Ao individualizar, portanto, a tendência é a de que os gastos com água diminuam, o que é benéfico tanto em termos financeiros como ecológicos. A redução estimada no consumo ronda a casa dos 35%.

3) Facilidade para detectar vazamentos e infiltrações

Quando a cobrança é rateada, eventuais desperdícios são mais difíceis de serem identificados, já que não pesam no bolso. Agora, se a conta de água individual vem muito maior, isso passa a chamar mais a atenção para eventuais vazamentos e infiltrações, por exemplo.

4) Valorização do patrimônio e maior rentabilidade

Ter individualização na água é um investimento que agrega valor ao imóvel, assim como eventuais melhorias no condomínio, ou seja, pode se converter em ganho financeiro numa futura venda.

Além disso, é um elemento que tende a atrair inquilinos, especialmente aqueles que moram sozinhos ou passam boa parte do tempo fora do apartamento, já que, como consomem menos, a leitura individual é mais vantajosa para eles.

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Quanto custa a individualização de água? Vale a pena em todos os casos?

O custo da individualização de água varia de acordo com o município, a infraestrutura do condomínio e o número de unidades. Normalmente, a instalação fica entre R$ 350 e R$ 700 por hidrômetro.

No caso de condomínios antigos, que exigem um trabalho maior, apenas o projeto hidráulico pode chegar a R$ 4 mil por unidade, o que pode tornar a individualização inviável.

Além desses aspectos, existe o pagamento mensal de uma taxa pela gestão do equipamento. O valor fica entre R$ 3 e R$ 8 por unidade.

Em alguns locais, a companhia de saneamento básico oferece a opção de gestão do sistema. Por isso, vale a pena verificar como funciona na sua cidade. Se esse for o caso, a conta de água é enviada pelo órgão, evitando a taxa mensal extra.

Por conta disso, é importante pesar os prós e os contras e lembrar que o retorno do investimento não deve ser comparado apenas com a economia de consumo projetada, mas também com o valor que agrega ao imóvel e ao seu potencial de aluguel.

Leia mais: Como calcular a rentabilidade de um imóvel?

Como fazer a individualização de água?

Para fazer a individualização da leitura do consumo de água, o primeiro passo é ter a aprovação de todos os moradores. A apresentação da proposta deve ser feita em uma assembleia e precisa entrar em votação.

Caso a proposta seja aprovada, chega o momento de avaliar as opções de empresas que realizam esse serviço. Assim, é dever do síndico fazer um orçamento detalhado com várias opções, a fim de descobrir o custo. Nesse processo, também será necessário avaliar os riscos para executar o trabalho, já que eles variam de acordo com a construção do edifício.

foto de Nilton Savieto, Síndico Profissional

Nilton Savieto

Síndico Profissional

“É fundamental que o síndico leve os orçamentos equalizados de, pelo menos, três empresas conceituadas no mercado, considerando o valor mensal da emissão de dados de consumo. Em seguida, deve-se marcar uma assembleia extraordinária para esclarecer dúvidas, como: os  investimentos, a porcentagem de economia de consumo e valores mensais previstos. Neste momento, é necessário ter presentes pelo menos a metade dos condôminos”

A partir dessa análise, o processo em si consiste na instalação de hidrômetros individuais para cada unidade autônoma. Ainda que pareça algo simples, requer a contratação de uma empresa especializada para evitar problemas.

Nesse processo, é preciso ter alguns cuidados. O primeiro deles é relativo ao custo-benefício. O ideal é evitar focar apenas no preço. Isso porque existem outros detalhes a observar. Por exemplo, como ocorrerá:

  • A leitura do consumo;
  • A gestão dos dados dos moradores;
  • O atendimento oferecido pela empresa que presta o serviço.

Ainda existem outras dicas importantes. Veja quais são elas:

  • Os medidores oferecidos pela empresa devem ser lidos por outras companhias para evitar inconsistência;
  • A portabilidade com a manutenção da estrutura técnica é importante, a fim de que o condomínio não fique obrigado a permanecer apenas com uma empresa;
  • O hidrômetro precisa ser cadastrado na concessionária local e ter a certificação adequada;
  • A empresa que prestará o serviço deve ter um quadro próprio de engenheiros e ter a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Outra dica é contar com o seguro de responsabilidade civil para possíveis imprevistos;
  • Um sistema de leitura redundante precisa estar disponível para situações de contingência;
  • Os sistemas que permitem a conferência do consumo em tempo real são boas opções. Afinal, isso traz transparência para a leitura e estimula a economia;
  • O sistema de leitura deve estar integrado ao da administradora. Essa medida ajuda a evitar erros humanos, já que os dados são enviados de forma automática.

Tipos de sistema de leitura individualizada

Dentro desse contexto de instalação dos hidrômetros, saiba que existem diferentes tipos de sistemas de leitura. Para saber como fazer individualização de água, é importante considerar esse aspecto para escolher o melhor para condomínio. 

Sistema por radiofrequência

A leitura é feita por tecnologia sem fio. A transmissão dos dados ocorre por radiofrequência — daí vem o nome do sistema. A vantagem é o fato de ser desnecessário instalar cabos e fazer obras, ainda que o condomínio seja antigo. Além disso, há pouca manutenção e a garantia de fábrica é longa.

Sistema digital

Cada um dos hidrômetros é instalado na entrada da unidade autônoma. Com isso, a leitura ocorre via computador e de forma remota. Assim, o leiturista não precisa ir até o local.

Nesse caso, é necessário adaptar as instalações. Ou seja, reformas são necessárias. Dessa forma, quanto mais unidades autônomas existirem no prédio, mais barato é o valor final para os moradores. No entanto, se a tubulação for de cobre, há um encarecimento do projeto.

Sistema de leitura pulsada

O hidrômetro tem a saída pulsada. Isso significa que um impulso elétrico é enviado para o painel a cada litro de água consumido. Para fazer a instalação, é necessário quebrar de 15 cm a 25 cm da parede para encontrar a tubulação. Ainda é possível instalar um bloqueador no caso de inadimplentes.

Por meio do celular ou do computador, o sistema envia os dados à administração condominial. Assim, são registrados os consumos individual e total. O rateio do gasto com água das áreas comuns também vem detalhado. Esse é o caso do salão de festas, piscina e mais.

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