Um dos grandes temas da pauta política e econômica brasileira é a definição da Selic, a taxa básica de juros do país, que é referência para todas as operações de empréstimos e investimentos no Brasil. Nesse contexto, a taxa Selic e os imóveis possuem uma relação de forte proximidade.

Além de estar correlacionada com as taxas de financiamento imobiliário, a Selic mexe com uma série de variáveis da economia que podem, inclusive, trazer boas oportunidades para quem investe em imóveis.

Neste artigo, explicamos o que é a taxa Selic e como ela atua sobre o mercado imobiliário.

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O que é a taxa Selic?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Isso significa que é ela que define, direta ou indiretamente, a remuneração dos títulos públicos emitidos pelo Governo Federal, considerados os investimentos mais seguros do mercado.

Em outras palavras, a Selic pode ser traduzida como “o retorno que todo investidor poderia obter sem correr grandes riscos”.

Por esse motivo, ela é referência para empréstimos e investimentos de maneira geral. Assim, o valor da Selic interfere em cascata, especialmente em duas operações financeiras:

  • O custo dos empréstimos e financiamentos em geral;
  • A remuneração da renda fixa.

Afinal, quem empresta seu dinheiro vai exigir muito mais do tomador de empréstimo se ele puder obter bons ganhos sem correr riscos.

O objetivo mais comum desse aumento é o de controlar a inflação, restringindo a oferta de dinheiro.

Por outro lado, uma restrição exagerada tende a frear a atividade econômica e levar o país à recessão. A tarefa do Copom (órgão do Banco Central que define a Selic) é, portanto, equilibrar o estímulo à economia e o cuidado com a alta de preços.

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Como a taxa Selic e os imóveis se relacionam?

Embora os juros tenham efeito sobre toda a economia, a taxa Selic e os imóveis possuem uma relação ainda mais próxima.

Além de o mercado imobiliário depender dos financiamentos, a oferta de crédito e o desempenho da economia estão diretamente ligados à renda e à capacidade de compra ou aluguel de uma casa ou apartamento.

Abaixo, listamos os principais pontos em que a Selic pode interferir no mercado de imóveis:

1. Os juros do financiamento imobiliário sobem junto com a Selic

Quando a taxa básica de juros está alta, os juros de todos os empréstimos concedidos no país tendem a subir, embora essa correlação não seja proporcionalmente perfeita.

No caso do financiamento imobiliário, há mais um fator que une as duas coisas: boa parte do crédito oferecido pelos bancos vem da poupança, cuja remuneração está diretamente atrelada à taxa Selic.

Para efeito de comparação, no início de 2021 a taxa Selic estava em 2% a.a. e, ao longo de 2023, está travada em 13,75% ao ano.

A média dos juros imobiliários, no mesmo período, passou de cerca de 7% para mais de 10%. Percebe-se, portanto, que há uma relação, mas ela não é diretamente proporcional.

Em resumo, portanto, os juros altos tendem a encarecer a compra de imóveis financiados.

2. Maior “concorrência” para quem investe pensando em alugar

Quando a taxa Selic está em alta, o investidor de imóveis que preza pela geração de renda através de aluguéis costuma ter uma grande interrogação na cabeça.

Afinal, com o governo pagando 13,75% a.a. (cerca de 1,08% a.m.) é de se pensar se compensa manter o patrimônio alocado em um imóvel ou se é melhor deixar esse dinheiro no Tesouro Direto ou na renda fixa.

Isso porque os aluguéis, em média, devolvem algo próximo de 0,5% a.m. (cerca de 6% ao ano), sem considerar os ganhos com a valorização da propriedade.

Mas pensar apenas nesse fator pode ser uma armadilha – e nós vamos explicar o porquê mais abaixo.

3. Imóveis protegem investidor da inflação, a razão de ser da Selic

Como mostramos anteriormente, o aumento da taxa Selic tem como principal objetivo conter a inflação.

Nesse contexto, os imóveis podem ser considerados um porto seguro, já que, como ativos de valor real, tendem a preservar o que os torna úteis ao longo do tempo – e são menos voláteis do que ativos financeiros.

Além disso, embora não estejam diretamente correlacionados com a inflação, os imóveis tendem, no longo prazo, a preservar valor para seu proprietário.

Desconsiderar a valorização do próprio imóvel é, portanto, negligenciar as finanças. E a soma entre valorização e aluguel, combinada com segurança, ainda é muito mais atraente para a maioria dos investidores.

Leia mais: Como valorizar um imóvel?

4. Juros altos estimulam a demanda pelo aluguel

Imagine a situação de quem estava buscando um imóvel para comprar e se deparou com juros altos. Com o financiamento mais caro, a tendência é que muitas pessoas adiem esse negócio para um momento de condições econômicas mais favoráveis. Isso poderia, por exemplo, ampliar a demanda por imóveis para aluguel.

5. Oportunidade para quem pode comprar à vista

Financiamentos mais caros tendem a restringir a demanda pelo crédito imobiliário, o que, naturalmente, dificulta a venda de muitos imóveis.

No médio e longo prazos, isso pode favorecer o investidor que tem condições de adquirir imóveis à vista, já que, em cenários menos efervescentes, é natural que o preço de venda de alguns imóveis possa diminuir.

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Selic e imóveis: o que fazer diante da variação dos juros?

A queda ou a alta da taxa de juros não deve levar o investidor de imóveis a tomar decisões bruscas, especialmente aquele que já possui várias propriedades e que opta pelos imóveis por conta de sua segurança e preservação de valor.

Afinal, os juros tendem a oscilar em ciclos de poucos anos e a compra de um imóvel costuma ser uma decisão de longo prazo, que não deve ficar refém das oscilações da Selic, que é debatida a cada 45 dias.

Além disso, não vale a pena abrir mão da autonomia em gerir o próprio patrimônio.

Por outro lado, é uma perda financeira considerável ficar com o imóvel parado, sem rentabilizar.

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