Existem diversas formas de medir a situação financeira de um país. O Brasil, por exemplo, conta com uma série de indicadores econômicos que, quando bem analisados, ajudam a avaliar o desempenho das atividades econômicas, as taxas de juros e até mesmo o poder de compra da população. Entre eles, está o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Mas afinal, o que é IGPM? 

Muito utilizado no mercado imobiliário para orientar reajustes em contratos de aluguel, esse índice também avalia as tarifas de serviços, produção e outras transações financeiras em todo o território nacional. 

Nesse sentido, entender o que significa o índice, quais são suas principais funções e os cálculos envolvidos podem auxiliar proprietários, inquilinos e até mesmo investidores a tomar as melhores decisões em acordos imobiliários. 

Se interessou pelo assunto? Então continue a leitura deste artigo para entender o impacto do IGP-M no dia a dia das contas do seu lar. 

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Leia também: Prazo para informar reajuste de aluguel: como fazer e quando o inquilino deve ser avisado? 

O que é IGP-M e para que serve?

Em primeiro lugar, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é um indicador econômico que mede a variação de preço de diversos produtos e serviços no Brasil, como bens e serviços, educação, poder de compra da população, gastos relacionados à construção civil e reajustes de aluguéis no mercado imobiliário. Justamente por isso, o IGP-M costuma ser chamado de ‘índice da inflação do aluguel’.

Criado no final da década de 1940 e divulgado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), entender como funciona o IGP-M é fundamental para quem precisa lidar com contratos de aluguel, tarifas de serviços públicos e até mesmo outras negociações financeiras no país. 

Afinal, além de fornecer dados importantes sobre as variações de preços das atividades econômicas avaliadas, essa também é uma forma de se preparar melhor para as variações econômicas que afetam contratos e investimentos no mercado imobiliário. 

Como o IGP-M é calculado?

Imagem de um pai com dois filhos pequenos sentados no chão da sala de estar para ilustrar matéria sobre o que é IGP-M do imóvel
O cálculo do IGP-M considera as variações do IPA, IPC e INCC

De modo geral, o IGP-M é calculado a partir dos valores de três outros índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice de Custo de Construção (INCC). 

Cada um desses índices tem um peso diferente no cálculo final do IGP-M. São eles:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA): representa 60% do IGP-M e mede a variação de preços no atacado (verificar);
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC): representa 30% do IGP-M e reflete a variação de preços ao consumidor final (verificar);
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC): representa 10% do IGP-M e mede a variação dos custos da construção civil.

Leia mais: Calcule seu reajuste de aluguel com base no IGP-M de abril de 2024 

O que é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é um indicador também calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que mede a variação do preço de produtos vendidos no atacado. Dessa forma, criado em 1946, o nome original do medidor era ‘Índice de Preços por Atacado’. Todavia, o termo final foi alterado em 2010 – trocando a palavra “atacado” por “amplo”.

Embora o nome tenha passado por ajustes, o objetivo do IPA permaneceu o mesmo: registrar a variação de preço de produtos agrícolas, industriais e brutos da seguinte maneira: 

  • IPA-Produtos Agrícolas: reflete a variação de preços de produtos agrícolas;
  • IPA-Produtos Industriais: reflete a variação de preços de produtos industriais;
  • IPA-Produtos Brutos: reflete a variação de preços de matérias-primas e produtos não processados. 

Assim sendo, os registros do IPA representam 60% do valor total do IGP-M. 

O que é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Em seguida, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também é um indicador medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Porém, aqui o objetivo é outro: medir a variação de preço dos produtos ao consumidor final – o que reflete diretamente em uma avaliação do poder de compra do consumidor. 

Representando 30% do IGP-M, o IPC abrange atividades que estão incluídas na rotina de famílias com renda média mensal de 1 a 33 salários mínimos em todo o país. Assim, avalia setores como:

  • Alimentação: preços de alimentos e bebidas;
  • Habitação: custos relacionados à moradia, como aluguel e tarifas de serviços públicos;
  • Vestuário: preços de roupas e calçados;
  • Transporte: custos com transporte público e particular;
  • Saúde e cuidados pessoais: preços de produtos e serviços de saúde;
  • Educação: custos com educação, como mensalidades, por exemplo, e cultura;
  • Comunicação: tarifas de serviços relacionados.

Assim, o IPC avalia diariamente os custos com os itens listados acima em sete capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre.

O que é o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC)

Por fim, mas não menos importante, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) foi criado nos anos de 1950 para medir a variação de atividades relacionadas à construção civil, como custos com mão de obra, materiais e serviços, por exemplo. 

Medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o INCC representa 10% do cálculo do IGP-M  e também é medido em sete capitais brasileiras. Ou seja, assim como o IPC, o INCC é avaliado em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre.

De modo geral, o Índice Nacional de Custos da Construção avalia: 

  • Custos com materiais e equipamentos;
  • Custos dos serviços utilizados durante a construção;
  • Custos relacionados à mão de obra na construção civil.
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Saiba mais: Tabela IGP-M: confira dados atuais e históricos do índice

Como o IGP-M funciona?

Imagem de uma família composta por um homem, uma mulher e uma criança deitadas na cama olhando para a tela de um tablet com semblantes de atenção para ilustrar matéria sobre IGP-M: o que é e para que serve
Usado para avaliar o reajuste de aluguéis, o IGP-M impacta diretamente nas despesas dos inquilinos

Agora que você já entendeu o que é IGP-M, vamos a outra informação importante.

Calculado mensalmente com base na coleta de dados dos três índices que o compõem (IPA, IPC e INCC), o IGP-M reflete a variação dos preços em relação ao mês anterior e ao mesmo mês do ano anterior para avaliar a inflação do país e a flutuação dos valores relacionados às atividades avaliadas. 

Em outras palavras, além de proporcionar uma análise macro da economia brasileira, o IGP-M também permite analisar com mais profundidade atividades importantes para a rotina da população do país, como é o caso do cálculo do reajuste do aluguel – que acontece anualmente e impacta diretamente nas despesas dos inquilinos. 

Como o IGP-M impacta no aluguel?

O IGP-M é tradicionalmente utilizado como base para o cálculo do reajuste de aluguel em todo o país. Justamente por isso, o índice também é conhecido como a “inflação do aluguel”. 

Isso acontece porque a maioria dos contratos de aluguel residencial e comercial no Brasil utilizam o Índice Geral de Preços – Mercado como referência para os reajustes que acontecem anualmente. 

Além de ajustar os custos para os inquilinos e proteger o poder de compra dos proprietários, o reajuste também garante que o valor do aluguel acompanhe as variações de preço do mercado. Afinal, o IGP-M está relacionado à variação de diversas atividades, e os contratos de aluguel é uma delas. 

Qual a diferença entre IGP-M e IPCA?

Imagem de um casal composto por um homem e uma mulher sentados sorridentes ao lado de dois filhos no tapete da sala de estar para ilustrar matéria sobre o que é IGP-M do imóvel
O QuintoAndar adotou o IPCA para medir o reajuste anual de aluguel em contratos firmados a partir de novembro de 2020

Enquanto o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) reflete a variação de preços nos contratos de aluguel, tarifas de água e energia, valores de atacado e até mesmo atividades relacionadas à construção civil, o Índice de Preços ao Consumidor Final Amplo (IPCA)  é o índice oficial para medir a inflação no país e a alteração de preços ao consumidor final. 

Embora sejam os principais medidores econômicos utilizados no Brasil para avaliar o custo de vida, a principal diferença entre eles é que o IGP-M também faz uma análise da variação de preços durante a fase de produção

Outra diferença é que o IGP-M é avaliado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Já o IPCA, por outro lado, é medido pelo IBGE.

Imagem de um card que ilustra a diferença entre dois indicadores econômicos do Brasil, o IGP-M e o IPCA, para ilustrar matéria sobre o que é IGP-M e a diferença entre IGP-M e IPCA

Qual é o impacto do IGP-M no aluguel?

Ao final de cada ano, é comum que a maioria dos contratos de aluguel firmados no Brasil sejam reajustados com base na variação acumulada do IGP-M. Assim, isso garante que o valor do aluguel reflita a realidade da inflação e de outras variações de preços no mercado. 

Para os inquilinos, isso pode significar aumentos significativos no valor do aluguel. Enquanto isso, para proprietários, o reajuste garante que o valor recebido esteja de acordo com a realidade econômica. 

Por exemplo, se você paga R$ 1.500 de aluguel todos os meses o seu contrato vence em junho de 2024, basta calcular o acumulado do IGP-M em 12 meses até maio de 2024. 

Assim, com base no acumulado de 0,34% referente à data, a conta seria: 

R$ 1.500 (valor do aluguel) x 1,0034 (acumulado do IGP-M em 12 meses) = R$ 1.505,10. Ou seja, o novo valor do aluguel será de R$ 1.505,10.

Valor do IGP-M hoje

Imagem de um casal composto por um homem e uma mulher sentados na mesa da cozinha olhando para a tela de um computador para ilustrar matéria sobre o valor do IGP-M hoje
A Fundação Getúlio Vargas é a responsável por divulgar os valores do IGP-M

O valor do IGP-M é divulgado mensalmente pela FGV. Em abril de 2024, a variação do Índice Geral de Preços foi de 0.31%, refletindo um acumulado de -3.04% em 12 meses.

Valor do IGP-M em 2024: acumulado de 12 meses

IGP-M 2024
O IGP-M, calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas e é muito usado no mercado imobiliário para o reajuste anual dos contratos de aluguel. O cálculo considera a variação acumulada nos últimos 12 meses.
JUL -7,72%
JUL
-7,72%
AGO -7,20%
AGO
-7,20%
SET -5,97%
SET
-5,97%
OUT -4,57%
OUT
-4,57%
NOV -3,46%
NOV
-3,46%
DEZ -3,18%
DEZ
-3,18%
JAN -3,32%
JAN
-3,32%
FEV -3,76%
FEV
-3,76%
MAR -4,26%
MAR
-4,26%
ABR -3,04%
ABR
-3,04%
MAI
0,34%
JUN
2,45%
JUL -7,72%
AGO -7,20%
SET -5,97%
OUT -4,57%
NOV -3,46%
DEZ -3,18%
JAN -3,32%
FEV -3,76%
MAR -4,26%
ABR -3,04%
MAI
0,34%
JUN
2,45%

Saiba mais: Índices de reajuste de aluguel: é melhor usar IGP-M, IPCA ou a negociação entre locador e locatário?

Variação dos indexadores econômicos nos últimos 12 meses

IGP-M IPCA IPA-M IPC-M INCC-M
JUL/23 -0.72% 0.12% -1.05% 0.11% 0.06%
AGO/23 -0.14% 0.23% -0.17% -0.19% 0.24%
SET/23 0.37% 0.26% 0.41% 0.27% 0.24%
OUT/23 0.50% 0.24% 0.60% 0.27% 0.20%
NOV/23 0.59% 0.28% 0.71% 0.42% 0.10%
DEZ/23 0.74% 0.56% 0.97% 0.14% 0.26%
JAN/24 0.07% 0.42% -0.09% 0.59% 0.23%
FEV/24 -0.52% 0.83% -0.90% 0.53% 0.20%
MAR/24 -0.47% 0.16% -0.77% 0.29% 0.24%
ABR/24 0.31% 0.38% 0.29% 0.32% 0.41%
MAI/24 0.89% 0.46% 1.06% 0.44% 0.59%
JUN/24 0.81% 0.89% 0.46% 0.93%

No QuintoAndar, o reajuste do aluguel é descomplicado

O QuintoAndar adotou o IPCA como o índice oficial para a correção dos valores do aluguel em todos os contratos firmados pela plataforma a partir do dia 26/11/2020. A medida surgiu para evitar as flutuações significativas que costumam ocorrer com os resultados do IGP-M.

Além de ser mais estável tanto para inquilinos quanto para proprietários, o IPCA também permite que os valores contratuais estejam mais próximos da realidade financeira de ambas as partes. Quando a decisão foi tomada, o acumulado do IGP-M em 12 meses foi de 17,9% em setembro de 2020 e de 20,9% em outubro. Nos mesmos períodos, o IPCA registrou altas de 3,1% e 3,9%, respectivamente.

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