Quando se trata de aposentadoria, uma coisa é praticamente consenso: é impossível manter o padrão de vida do período de trabalho apenas com a previdência do INSS (isso para quem tem), seja pelas limitações de teto, pelas regras que mudam a toda hora ou simplesmente pelos descontos realizados pelo governo.
Diante desse fato, é essencial que os investidores comecem a se planejar o quanto antes para esse período, criando novas fontes de renda. Duas das mais tradicionais são os imóveis e a previdência privada.
Enquanto os imóveis são ativos seguros, que tendem a se valorizar acima da inflação no longo prazo e que podem gerar renda por meio dos aluguéis, a previdência privada surge como um modelo de investimento com uma série de benefícios, visando complementar a aposentadoria pública.
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Mas qual delas escolher? Se você é investidor e considera essas duas opções para sua aposentadoria, confira abaixo as principais características de cada um antes de fazer sua escolha.
Navegue pelo conteúdo:
- O que é a previdência privada?
- Quais os principais benefícios da previdência privada?
- Previdência é diferente de aposentadoria
- Imóveis x Previdência Privada: o que é melhor para se aposentar
- 1. Rentabilidade
- 2. Liquidez e carga tributária
- 3. O que acontece com meu dinheiro?
- 4. O que fazer então?
O que é a previdência privada?
A previdência privada é um modelo de investimento em que o próprio investidor capitaliza o montante que vai receber no futuro.
Em geral, ela é constituída por fundos muitos similares aos que temos no mercado (renda fixa, ações, multimercados), mas com regras mais rígidas de alocação e, especialmente, benefícios tributários que a tornam atrativa.
Entre as principais vantagens estão a possibilidade de pagar apenas 10% de Imposto de Renda e a chance de deduzir uma parte da base de cálculo da Declaração Anual.
Na hora do resgate, o investidor pode usufruir do dinheiro de diversas maneiras, segundo o que for escolhido: resgate total ou parcial, pagamento de renda vitalícia ou temporária, possibilidade de transferência para terceiros ou não, entre outras opções.
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Quais os principais benefícios da previdência privada?
Como dissemos, os fundos de previdência são muitos similares aos tradicionais. Contudo, eles contam com regras para estimular o poupador de longo prazo. São dois os principais benefícios:
- A possibilidade de deduzir até 12% da renda tributável do Imposto de Renda nos planos PGBL;
- A chance de pagar o mínimo de 10% de IR no resgate, caso o investidor opte pelo regime regressivo, que privilegia o saque no longo prazo.
Na prática, ela se torna um meio de aplicar no mercado financeiro tradicional, mas com facilidades tributárias.
Previdência é diferente de aposentadoria
Não é raro encontrar quem confunda os significados de previdência e aposentadoria, que não estão necessariamente ligados. Previdência refere-se a uma reserva feita no presente pensando no futuro, que pode ser a aposentadoria, que por sua vez está associada ao fim do período de trabalho.
Ou seja, para você se aposentar, não é preciso necessariamente ter um plano de previdência, mas sim fontes de renda que possam te sustentar.
Por outro lado, a previdência também não precisa ser usada apenas para a aposentadoria: um jovem de 18 anos, por exemplo, pode fazer uma previdência para juntar dinheiro e, após 10 anos, comprar um imóvel próprio, aproveitando-se dos benefícios tributários.
Desse modo, a previdência é sim uma ótima alternativa para quem investe no mercado financeiro tradicional se aproveitar dos menores impostos. Contudo, ela não necessariamente é o melhor produto em termos de rentabilidade nem o que vai garantir uma renda mais confortável na aposentadoria.
Os imóveis, por exemplo, que se valorizam acima da inflação ao longo do tempo e geram renda, também são muito utilizados para esse fim.

Imóveis x Previdência Privada: o que é melhor para se aposentar
Embora ambos possam gerar renda quando o salário deixa de existir, o investimento em imóveis e o em previdência se comportam de maneiras bem diferentes.
Abaixo, separamos quatro características em que é preciso prestar atenção antes de optar por um ou outro para sua aposentadoria.
1. Rentabilidade
Como os fundos de previdência dependem do montante acumulado ao longo dos anos, a rentabilidade é um fator essencial para definir se este investimento vale a pena ou não.
Embora existam muitos bons produtos no mercado, a previdência privada ainda é caracterizada pela enorme presença de fundos ruins que cobram taxas altas.
O exemplo mais clássico são os fundos de renda fixa (classe que constitui 95% dos aportes em previdência, segundo a consultoria Quantum Axis): enquanto no mercado existem produtos com taxa zero, alguns fundos cobram taxas que comem a rentabilidade ao longo dos anos, sem que exista uma gestão ativa que justifique essa cobrança.
Bem, mas mesmo os fundos sem taxas abusivas e que buscam maiores rentabilidades tendem a acompanhar o mercado geral, já que são, geralmente, constituídos de ações e renda fixa.
Na tabela abaixo, você pode observar a rentabilidade média dos imóveis no Brasil em comparação com outras referências de mercado, entre 2009 e 2019 (período de 10 anos, o mínimo ideal para os benefícios tributários da previdência), de acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc):
Imóveis (com aluguel) | 314% |
Selic | 180% |
Imóveis (sem aluguel) | 145% |
Ibovespa | 128% |
Poupança (antiga) | 108% |
IPCA | 83% |
Como é possível identificar, o investimento em imóveis (contando aluguéis) bateu tanto o Ibovespa (referência para ações) como o IPCA e a Selic (referências para a renda fixa).
Na média, portanto, considerando a valorização do patrimônio e a renda de aluguéis, o investimento imobiliário pode fazer mais sentido para quem pensa em um futuro não tão próximo.
2. Liquidez e carga tributária
Como estamos falando de longo prazo, essa não deveria ser uma preocupação tão grande, um dos “calcanhares de Aquiles” do investidor de imóveis é, justamente, a questão da liquidez.
Apesar de serem seguros e rentáveis, imóveis às vezes demoram um pouco para serem vendidos, especialmente por quem não conta com a parceria de plataformas de grande exposição, como o QuintoAndar.
Acontece que a previdência, embora possa ser resgatada quando o investidor desejar (de acordo com as regras de cada plano), perde justamente seus maiores benefícios tributários quando sacada antes da hora.
Optar por ela por conta da possibilidade de saque, portanto, não parece a decisão mais inteligente financeiramente.
3. O que acontece com meu dinheiro?
Um aspecto importante a se considerar é como o investidor de previdência privada receberá seu dinheiro durante a fase em que usufrui do dinheiro. Eis algumas das possibilidades:
- Resgate total do saldo, sem geração de renda posterior;
- Optar por receber renda vitalícia, que será calculada de acordo com o saldo acumulado e a expectativa de vida do investidor;
- Optar por receber renda por tempo determinado;
- Incluir ou não terceiros (como cônjuge e dependentes) no plano.
Existem algumas modalidades, por exemplo, em que, caso o investidor venha a falecer, seus herdeiros não terão direito a receber os valores da previdência.
No caso dos imóveis, a questão é mais simples: a propriedade está lá e pode ser vendida, a renda é gerada por meio dos aluguéis e o patrimônio é transferido normalmente aos herdeiros.
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4. O que fazer então?
Conforme explicamos, cada investimento possui características diferentes e o investidor deve examinar bem cada uma delas antes de selecionar a que melhor se encaixa ao seu perfil e objetivos.
Para quem deseja um patrimônio que siga valorizando e gerando renda ao longo do tempo, os imóveis são sim uma excelente escolha.
Para isso, o melhor é contar com o QuintoAndar, a maior plataforma de moradia da América Latina, para administrar seus imóveis. Com a maior exposição do país, é possível, ainda, contar com uma assessoria sobre como rentabilizar seus imóveis e reduzir a vacância e ainda garante o aluguel em caso de inadimplência do inquilino.

Nada impede, contudo, que os imóveis possam ser combinados com bons produtos de previdência, que busquem altas rentabilidades e não cobrem taxas abusivas.
Inclusive, os fundos de previdência são interessantes, para quem tem o objetivo de comprar um imóvel no longo prazo, juntar dinheiro, mesmo que não esteja perto da aposentadoria.
