Na hora de fazer um financiamento imobiliário, você vai se deparar com diferentes cobranças. Uma delas é a Taxa Referencial (TR), um índice de juros que pode fazer o valor pago aumentar — até mesmo de maneira significativa.
Criada para ser uma referência para o restante das taxas de juros praticadas no país, a TR acabou sendo substituída, em grande parte dos casos, pela taxa Selic. Ainda assim, ela tem relevância em algumas situações.
Neste post, vamos explicar como a taxa de juros de referência funciona no financiamento imobiliário. Assim, você saberá com o que se preocupar!
Navegue pelo conteúdo:
- O que é a Taxa Referencial?
- Qual a diferença entre TR diária e TR mensal?
- Quem determina a Taxa Referencial?
- Qual a importância da TR na economia?
- Como é calculada a Taxa Referencial?
- Qual o valor da TR para 2022?
- Como a TR impacta os investimentos e financiamentos?
- Investimentos
- Financiamento imobiliário
- Que tal fazer seu financiamento imobiliário agora mesmo?
O que é a Taxa Referencial?
A Taxa Referencial foi criada em 1991, como uma das medidas do Plano Collor II para garantir a desindexação e combater a hiperinflação.
O Mestre em Economia pela EESP/FGV, Ângelo Mendes, explica um pouco mais: “A Taxa Referencial servia como uma taxa básica de juros, determinada pelo Banco Central, em um dado momento. Só que a taxa Selic tomou esse posto. No entanto, alguns contratos, títulos públicos, o FGTS e a poupança ainda têm uma relação com a com a TR. Ou seja, alguns investimentos ainda usam a taxa de juros de referência como base”.
Dentre os investimentos citados pelo Mestre em Economia, podemos citar:
- Rentabilidade da caderneta de Poupança, de títulos públicos do Tesouro Direto, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de alguns títulos de capitalização;
- Cálculo das parcelas de financiamentos imobiliários.
Qual a diferença entre TR diária e TR mensal?
A diferença entre TR diária e TR mensal é que a soma da primeira, dividida pela quantidade de dias do mês, gera o resultado da segunda.
Todos os dias o Banco Central calcula a TR diária. Ela é usada nos investimentos indexados por essa taxa, quando o saque é feito em menos de 30 dias. Assim, também serve para estudo ou projeções econômicas.
A partir desses resultados, determina-se a TR mensal. Ela é usada nas correções monetárias junto com a Selic, e é utilizada no cálculo da rentabilidade dos investimentos com 30 dias ou mais.
Quem determina a Taxa Referencial?
A Taxa Referencial é determinada pelo Banco Central (Bacen). O cálculo é feito todos os dias, a fim de definir o índice diário. Desde fevereiro de 2018, essa análise está embasada nas taxas de juros do Tesouro Prefixado, ou Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Qual a importância da TR na economia?

Ângelo Mendes
Mestre em Economia pela EESP/FGV
A TR não é mais um instrumento direto de política. Em se tratando de taxa de juros, a taxa referencial não é mais tão comum. Quando alguém fala de taxa de juros no Brasil, hoje, pensa-se direto na Selic. No entanto, atualmente ainda existem alguns contratos indexados na TR.
Apesar de ter um papel mais secundário na economia, é importante ressaltar o impacto da taxa referencial nas operações realizadas pelos brasileiros, como o investimento na Poupança, a atualização do valor do FGTS e a contratação de financiamentos imobiliários.
Como é calculada a Taxa Referencial?
Desde fevereiro de 2018, a Taxa Referencial é calculada a partir das taxas de juros das LTNs. Assim, a fórmula utilizada é a seguinte:
R = (a + b) × TBF
Sendo que:
R = redutor;
a = valor definido na criação da TR e que nunca muda, igual a 1,005;
b = muda de acordo com o valor da TBF, sendo divulgado pelo Banco Central;
TBF = Tarifa Básica Financeira.
Assim que você encontrar o valor de R, é preciso aplicar outra fórmula. Ela é a seguinte:
TR = 100 × {[(1 + TBF) ÷ R] – 1}
Vale a pena reforçar que, se você fizer esse cálculo, pode chegar a um resultado negativo. Nesse caso, considera-se que a TR é igual a zero. Portanto, se você vir uma tabela com números negativos, já sabe que o percentual é nulo.
Isso acontece porque a TR segue a LTN. Portanto, depende da Selic — a taxa básica de juros. Quando ela diminui, o índice tende a ficar zerado ou negativo, sendo interpretado como nulo.
Como o cálculo é um tanto complexo, e depende de informações do Bacen, é mais fácil pesquisar o valor diário. Inclusive, é possível encontrar até o histórico da Taxa Referencial.
Qual o valor da TR para 2022?
O valor da TR para 2022 fechou em 1,63%. Esse foi o resultado acumulado entre janeiro e dezembro de 2022. Apenas um mês (fevereiro) ficou com percentual igual a zero. Já o período com a taxa mais elevada foi agosto, com resultado de 0,24%.
Veja como foi o histórico da Taxa Referencial relativo a 2022:
Mês de referência | TR no mês | Acumulado em 2022 |
Janeiro | 0,06% | 0,06% |
Fevereiro | 0% | 0,06% |
Março | 0,1% | 0,16% |
Abril | 0,06% | 0,22% |
Maio | 0,17% | 0,39% |
Junho | 0,15% | 0,54% |
Julho | 0,16% | 0,7% |
Agosto | 0,24% | 0,94% |
Setembro | 0,18% | 1,12% |
Outubro | 0,15% | 1,27% |
Novembro | 0,15% | 1,42% |
Dezembro | 0,21% | 1,63% |
Como a TR impacta os investimentos e financiamentos?
A taxa de juros de referência impacta os investimentos e financiamentos de diferentes maneiras. Veja, a seguir, como é a influência desse índice nos dois casos.
Investimentos
Nessa categoria, podemos incluir a Poupança, o FGTS e o título de capitalização. Ainda que esses dois últimos não sejam investimentos propriamente ditos, eles trazem algum tipo de rentabilidade.
Assim, veja como a Taxa Referencial influencia cada um desses casos:
- Poupança: a TR é somada ao cálculo desse investimento. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade é de 0,5% + Taxa Referencial. Quando estiver igual ou abaixo de 8,5%, fica em 70% da Selic + TR;
- FGTS: o direito trabalhista rende 3% ao ano + TR;
- Títulos de capitalização: rentabilizam o mesmo resultado da TR.
Financiamento imobiliário
No caso de financiamento de imóvel, a TR impacta aqueles firmados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), disponibilizado pela Caixa Econômica Federal. Eles sofrem correção de acordo com juros fixos mais TR.
Assim, quando você solicita um financiamento imobiliário por essa modalidade, serão considerados três fatores:
- Saldo devedor/quantidade de meses;
- Juros prefixados;
- Variação da TR.
Quando a Taxa Referencial aumenta, o valor que falta pagar também cresce. No entanto, é importante reforçar que nem todas as modalidades seguem essa regra. Alguns contratos são atualizados por:
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC);
- Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA);
- Índice Geral de Preços – Mercado (IGP–M).
Leia mais: Saiba como escolher o tipo de financiamento imobiliário mais adequado para o seu bolso
Que tal fazer seu financiamento imobiliário agora mesmo?
Agora que você entendeu o que é Taxa Referencial, e seu impacto nos financiamentos imobiliários, está na hora de comprar o seu imóvel. Seja com a aplicação desta taxa pelo SFH, seja por meio de outro sistema: você pode encontrar sua casa ou apartamento novo pelo QuintoAndar.
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